P1040942Integrado na atividade da Biblioteca da nossa Escola a propósito da Semana da Leitura, o escritor Domingos Amaral (n. 1967) falou com alunos na manhã de 11 de março, em encontro que encheu o auditório, conversa que passou pelo apelo à leitura, pelo testemunho de escrita e por sugestões para leitores e possíveis escritores.

Domingos Amaral recuou ao tempo de publicação do seu primeiro livro, “Amor à primeira vista” (1998), para lembrar o que foi a procura de editor ou a dificuldade em convencer o mesmo editor, para se confrontar com o que é a publicação da primeira obra, sobretudo na curiosidade do que pode ser a receção por parte do público, para testemunhar que a sua escrita resulta de um percurso iniciado com a leitura e enriquecido pela experiência jornalística.P1040943

Fez o itinerário da sua obra, que contempla a crónica e a ficção, e tem sido também marcada por romances associados a momentos históricos, como “Quando Lisboa tremeu” (2010, que toma como cenário temporal o terramoto de 1755) ou “O retrato da mãe de Hitler” (2013, narrativa passada no tempo da Segunda Guerra Mundial), um e outro título constituindo obras favoritas do próprio autor.

Domingos Amaral revelou ainda as cinco obras literárias que mais o têm marcado – “Os Maias” (1888, de Eça de Queirós), “Guerra e Paz” (1865, de Tolstoi), “Por quem os sinos dobram” (1940, de Hemingway), “Cem anos de solidão” (1967, de Gabriel García Márquez) e “A estrada” (2009, de John Hillcoat). Quando questionado sobre o sonho a cumprir ou a obra a escrever, Domingos Amaral mostrou a angústia do escritor perante o passo seguinte, quando se idealiza uma obra: “A maior dificuldade é estar-se à altura dos sonhos que temos”.

P1040944O escritor revelou ainda que o seu próximo título, no domínio da ficção, está associado ao momento histórico da fundação de Portugal e será apresentado publicamente em Maio.